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Redes de Colaboração Solidária & Tecnologia da Informação

Euclides André Mance
IFiL, dezembro de 2000

Neste mês de dezembro, completa dois anos a publicação do artigo intitulado a Revolução das Redes, que circulou no CEPAT-Informa N.46, em 1998. Nesses dois anos, as hipóteses apresentadas naquele trabalho têm-se revelado consistentes, se tomarmos por referência algumas práticas localizadas, cuja implementação vem ocorrendo em regiões diversas no Brasil.

Nesse período, o debate sobre as redes no campo da economia solidária acentuou-se rapidamente em nosso país. Tivemos a fundação da Rede Universitária de Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares, a organização da Agência de Desenvolvimento Solidário da CUT e a Anteag iniciou a organização de uma rede, visando integrar um setor específico dos empreendimentos a ela vinculados. Tivemos em junho deste ano o lançamento da Rede Brasileira de Socioeconomia Solidária, compondo empreendimentos e colaboradores participantes do Encontro Brasileiro de Cultura e Socioeconomia Solidárias, que ocorreu em Mendes, RJ. Alguns meses depois, lançaram-se as bases para a organização da Rede Global de Socioeconomia Solidária, no I Acampamento de Economia Solidária que ocorreu no Rio Grande do Sul, envolvendo organizações do Brasil, Argentina, Uruguai, Colômbia e Espanha - rede essa que será lançada no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, no início do próximo ano, como uma possível alternativa de enfrentamento à globalização capitalista. Nos últimos meses, o Fórum Cearense de Socioeconomia Solidária deliberou pela organização de uma rede estadual, ao passo que o Fórum Catarinense de Economia Popular e Solidária deliberou várias ações na mesma perspectiva de integração econômica dos empreendimentos. Em Curitiba foram organizadas a Rede Solidariedade, integrando diversos sindicatos e a Rede de Colaboração Solidária que está em processo de registro legal sob a marca Rede Sol. No Rio Grande do Sul, por sua vez, ocorreu a fundação da Central de Cooperativas e Associações de Economia Popular e Solidária que se constituiu sob a lógica de rede, tendo como um de seus empreendimentos a cooperativa de compras coletivas em Porto Alegre, a qual chega a oferecer produtos com preços até 71,4 % mais baratos em relação aos preços de produtos similares no mercado, ficando as compras dos participantes em média 20% mais baratas. Destaque-se que metade dos produtos comercializados através dessa cooperativa de consumo advém de outras cooperativas de produção, às quais se integra na forma de rede, situadas em Porto Alegre e em sua região metropolitana. Em Curitiba nos pontos de venda da Rede Sol, podem ser adquiridos produtos do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, como as geléias do Iterra (RS) e o leite longa vida da Terra Viva (SC) e produtos de muitos outros assentamentos do MST na região sul do país. Por fim nas últimas eleições, o projeto de rede de socioeconomia solidária foi apresentado em Curitiba como proposta de política pública municipal, não apenas para geração de trabalho e renda, mas propondo um outro modelo de desenvolvimento local, ecológica e socialmente sustentável, integrando, entre seus instrumentos, propostas já conhecidas e outras inovadoras, tais como Banco do Povo, Rede de Comercialização Solidária, Bolsa de Negócios, Incubadora de Cooperativas, programas de Requalificação Profissional, etc. Por sua vez, o governo do Rio Grande do Sul assumiu em sua estratégia de desenvolvimento econômico a organização de redes, dando especial atenção às cadeias produtivas, integrando inicialmente o setor coureiro-calçadista, para avançar em seguida aos setores metal-mecânico e de alimentação. A Anteag acompanha atualmente mais de 90 empreendimentos naquele estado. Lojas de comércio solidário e feiras (locais e estaduais) de economia solidária começam a se multiplicar. Em Porto Alegre foi instituída a Etiqueta Popular, que permite ao consumidor identificar facilmente os produtos de economia solidária. Em Fortaleza, o Banco Palmas - organização de uma Associação de Moradores - criou um sistema de cartão de crédito que permite à população pobre da região comprar produtos em estabelecimentos credenciados do comércio local, onde são comercializados também os produtos feitos por empreendimentos solidários da região. Em estados do nordeste, sudeste e sul começam a surgir Clubes de Troca (LETS), com nomes diversos, instituindo moedas sociais de circulação local, como o Tupi, no Rio de Janeiro, o Palmares em Fortaleza e o Ecosol em Florianópolis. Em Curitiba, uma etiqueta para a identificação de produtos do comércio solidário está em fase de registro e poderá ser utilizada nacionalmente. Também aqui estão sendo desenvolvidos diversos instrumentos de apoio às redes, valendo-se da tecnologia da informação, instrumentos esses que se encontram à disposição na Internet sob o regime de distribuição copysol, isto é, permitindo que sejam gratuitamente reproduzidos e utilizados por empreendimentos de socioeconomia solidária.

No artigo de 1998, falávamos de um sistema de comunicação e informação que facilitaria a organização e integração dos diversos empreendimentos em redes solidárias. Nesses dois anos, aqueles instrumentos que eram apenas uma proposta, tornaram-se realidade efetiva e começam a ser utilizados nesta perspectiva.

No sítio-web das Redes de Colaboração Solidária (www.ifil.org/rcs) vários daqueles mecanismos foram implantados e estão disponíveis em diversas seções:

  • Produtos & Serviços: apresenta-se, nesta seção, um rol de produtos e serviços disponíveis nas redes, localização dos empreendimentos e formas de contato com fornecedores.

  • Feira On Line: trata-se de um sistema de comércio eletrônico que permitirá aos empreendimentos de qualquer tamanho, inclusive familiares, comercializarem seus produtos com entregas a domicílio. Este serviço ainda não está ativo, pois estamos aguardando o registro legal da Rede local para iniciarmos as operações. Entretanto, os interessados em testar o sistema, colaborando para o seu desenvolvimento, poderão fazê-lo abrindo a página www.milenio.com.br/ifil/rcs/comp38.htm e simulando um ato de compra.

  • Lojas Rede Sol : permite visualizar o interior e exterior da loja da Rede Sol, localizada na periferia sul de Curitiba. Lojas de outras cidades e estados serão incluídas no sistema, a partir do próximo ano.

  • Agenda: permite acompanhar a agenda de várias atividades de economia solidária no país.

  • Conferências: permite aos usuários de quaisquer localidades entrar em uma sala de diálogos, onde podem trocar informações em tempo real, entabular negócios, etc.

  • Listas de Diálogos. Atualmente a Rede mantém duas listas de diálogos por correio eletrônico. A lista redesolidaria integra aproximadamente duzentos participantes (empreendedores, centros de pesquisa, ONGs, colaboradores, etc) em sua maioria membros das Redes Brasileira e Global de Socioeconomia Solidária, tendo por objetivo o intercâmbio informativo relacionado à socioeconomia solidária. A lista redesol, por sua vez, integra um coletivo menor de pessoas e tem por objetivo o desenvolvimento de softwares solidários como o Programa Rede Solidária, que facilita a elaboração de projetos e avaliação de empresas nos campos de produção, comércio e serviços, bem como a realização de diagnósticos e prognósticos sobre empreendimentos existentes e aspectos peculiares à economia de Rede. Mais abaixo apresentaremos com maiores detalhes esse programa.

  • Software Solidário. Nesta área estão disponíveis, para reprodução gratuita, softwares que podem ser utilizados em empreendimentos de economia solidária.

  • Mapeamento Brasil. Ao abrir essa seção é exibido o mapa do Brasil. Clicando-se sobre qualquer estado, pode-se abrir uma relação parcial de empreendimentos vinculados à Rede Brasileira de Socioeconomia Solidária, a redes locais ou catalogados pelo sistema RITS, indicando-se os empreendimentos, área de atuação, localização, endereço, telefones, contatos, etc.

  • Mapeamento Mundial. Aqui estão disponíveis, por enquanto, as relações de clubes de troca na Argentina e França, mapeados por províncias ou departamentos. No processo de preparação das atividades a serem realizadas pela Rede Global no Fórum Social Mundial pretende-se expandir esse mapeamento.

  • Material Pedagógico. Neste vínculo, estão disponíveis textos pedagogicamente elaborados em linguagem adequada a atividades de educação popular versando sobre Redes de Colaboração Solidária

  • Biblioteca. Aqui encontram-se diversos estudos e textos sobre socioeconomia solidária, incluindo-se também alguns materiais divulgados no CEPAT-Informa.

  • Imprensa. Neste vínculo, podem ser abertas matérias de jornais da grande imprensa, documentando empreendimentos solidários e o funcionamento das redes em vários lugares, matérias publicadas em revistas especializadas sobre o programa Rede Solidária, etc.

  • Pesquisas: Nesta área estão disponíveis vínculos para diversas páginas na Internet permitindo uma ampla pesquisa sobre: Portais de Socioeconomia Solidária no Brasil, Agência de Desenvolvimento Solidário, Rede Global de Trocas, Economia Solidária, Consumo Crítico e Solidário, Grupos e Redes de Compras Solidárias, Movimentos de Boicote, Comércio Équo e Solidário, Organizações de Marca, LetSystem, SEL, SEC e assemelhados, Empresas Autogeridas por Trabalhadores, Economia de Comunhão, Microcrédito, Crédito Recíproco e Sistemas Locais de Moedas Alternativas, Desenvolvimento Sustentável, Software Livre e Acesso a Redes de Informação, Sistema Operacional Linux, Terceiro Setor, Clique Solidário, Redes de Colaboração Solidária, Solidarismo Anarquista, Solidarismo Cristão, etc.

O sistema interativo deste sítio-web permite a qualquer interessado, com grande facilidade, ingressar e sair das listas de correio eletrônico, enviar e receber mensagens ao conjunto dos participantes, compartilhar arquivos, participar de votações diretas ou diálogos on line, indicar páginas e outras informações sobre eventos e empreendimentos a serem agregadas nas diversas seções.

O software Rede Solidária, citado anteriormente, que está disponível para cópia gratuita sob o regime copysol, facilita sobremaneira o planejamento, diagnóstico e gestão dos empreendimentos, a sua integração em rede, as decisões sobre os processos de expansão das redes locais e a sua integração em redes maiores. O programa disponível, em sua versão 0.2, que ainda está em fase de testes, deve ser operado com certos cuidados quando utilizado em atividades fins.

Ele compõe quatro módulos básicos: projetos, células, rede e ajuda.

No módulo de projetos constam diversos projetos nos campos de produção, comércio e serviço que podem ser tomados como referência para a montagem de novos empreendimentos. Esse banco de projetos, que pode ser ampliado pelos usuários, pode também ser compartilhado entre as diversas redes, ampliando-se o número de alternativas locais para a geração de trabalho e renda, considerando-se os recursos naturais, econômicos e humanos disponíveis em cada realidade.

No módulo de células podem ser introduzidas, pesquisadas, atualizadas, excluídas ou multiplicadas células de diversos tipos, que correspondem a organizações de consumo, produção, comércio e serviço.

Ao introduzir-se uma nova célula (por exemplo, um empreendimento qualquer nos campos da produção, comercialização ou serviço), o programa solicita diversos dados sobre o empreendimento, instalações, equipamentos, linhas e volumes de produção, gastos mensais: com insumos, outros materiais, trabalhadores, encargos, aluguéis, energia, custos de comercialização, perdas, etc. O programa, então, cruza os dados e calcula o custo unitário por item produzido, sobre o qual o usuário pode aplicar uma margem de excedente. Ao final o programa apresenta um quadro de demonstração de resultados (Receita Operacional, Custo de Matérias Primas, Custo de Comercialização, Custo Fixo, Custo Total, Excedente Líquido, Margem de Contribuição e Ponto de Equilíbrio do Empreendimento - resultados esses que podem ser atualizados mensalmente, permitindo um fácil acompanhamento do desempenho do empreendimento) e um quadro do Investimento Inicial (Investimento Fixo, Custo de Aquisição de Matérias Primas, Custo Fixo, Capital de Giro e Reserva Técnica). Tudo o que o usuário necessita fazer é introduzir corretamente os dados solicitados, para que o programa faça automaticamente todos os cálculos e apresente os resultados. Além desses quadros, o sistema gera um relatório detalhado incluindo depreciação de equipamentos, relação de fornecedores, produtos e serviços adquiridos na rede ou mercado, etc. O grau de detalhamento do relatório permite que esse empreendimento possa ser facilmente replicado em outras regiões uma vez que todo o conjunto de informações suficiente para montar a empresa está nele indicado. Os dados desse empreendimento podem ser incluídos em um banco de projetos que é acionado ao serem pesquisadas as possibilidades de expansão das redes. Esses relatórios podem ser gravados e compartilhados também em formato texto MS-DOS. A próxima versão do programa permitirá gravar esses documentos em vários formatos, incluindo-se o HTML, facilitando a sua exposição através da Internet em páginas-web.

As pesquisas sobre os diversos empreendimentos da rede podem ser feitas consultando-se por: nome, localização (cidade, estado, país, regiões de cidades ou quadrantes geográficos), produtos ou serviços, insumos e outros materiais consumidos produtivamente, investimento inicial, custos (fixo total, variável total, retirada dos sócios, insumos, outros materiais, comercialização, custo mensal total), capital de giro, faturamento mensal, excedente líquido, ponto de equilibrio, volume de compras na rede, volume de compras no mercado, trabalhadores (função, quantidade, remuneração, jornada semanal), etc.

Esses mesmos diagnósticos são feitos para empreendimentos nos campos de comércio e serviço, considerando-se as devidas peculiaridades dos empreendimentos nesses setores.

No caso das células de consumo (cooperativas de compras coletivas e outras), o programa permite pesquisar o consumo de produtos e serviços da rede, do mercado ou do Estado - discriminando esse consumo em volumes e diversidade de itens -, bem como o número de consumidores, os coordenadores das cooperativas e as listas de consumo final em vários graus de detalhamento.

O mais importante, entretanto, são os Diagnósticos de Rede e Sugestões de Expansão, acionáveis no módulo de rede.

Totalizando os dados do conjunto das células o programa permite diagnosticar: a) o Consumo Final praticado na rede em volume e diversidade de itens adquiridos na rede ou no mercado; b) o Fluxo Material em todas as cadeias produtivas no interior da rede; c) o Fluxo de Valores, visualizando-se os fluxos que realimentam a rede e os fluxos que desaguam no mercado; d) o Cadenciamento, que pode ser diagnosticado por Célula (de quem ela compra e para quem ela vende), por Produto/Serviço (todos os que produzem aquele item e todos os que o consomem) e Conectividade (listando-se por ordem decrescente os empreendimentos que são fornecedores de um maior número de empresas na rede).

Igualmente, o programa apresenta sugestões para o crescimento da rede, a partir de critérios previamente estabelecidos, analisando possibilidades de cadenciamento ou fissão. a) Cadenciamento. Após totalizar os dados das células de consumo, produção, comércio e serviço, o programa levanta todas as demandas da rede por produtos, insumos e serviços que estejam sendo adquiridas no mercado. Em seguida ele consulta o Banco de Projetos buscando localizar algum empreendimento que possa atender aquelas demandas. Se localizar algum empreendimento nessa condição, ele verifica o volume de demanda existente e o ponto de equilibrio do empreendimento localizado (isto é, o faturamento mínimo necessário para que ele se mantenha). Caso o volume de demanda seja igual ou superior ao ponto de equilíbrio, o programa sugere que aquele empreendimento seja montado, uma vez que ele é sustentável no interior da própria rede. b) No caso da Fissão, o programa analisa, para cada empreendimento da rede, a proporção entre o seu faturamento e o seu ponto de equilíbrio. Se o faturamento de uma célula for, por exemplo, um pouco mais que o dobro de seu ponto de equilíbrio, o programa propõe que seja organizada uma nova cooperativa para produzir aquele mesmo item em uma outra região, permitindo gerar novos postos de trabalho e incorporar trabalhadores que estavam desempregados. Ambas as unidades faturarão um volume um pouco maior que o seu próprio ponto de equilíbrio, podendo haver uma redução na jornada de trabalho de todos, mas não havendo contudo redução nos ganhos dos trabalhadores. Tem-se assim um desenvolvimento geograficamente distribuído e localmente sustentável.

Por fim, informações detalhadas sobre o funcionamento do programa podem ser obtidas em seu módulo de ajuda.

Como ao introduzir-se as células pode-se atribuir a elas três estatutos diferentes (efetivada, aprovada e projetada), todos os diagnósticos citados anteriormente podem ser feitos considerando-se cenários presentes e futuros, simulando-se a introdução de novas empresas e verificando o que aconteceria então com a rede em seu todo a partir dessas alterações ou realizando diagnósticos sobre o que ocorrerá efetivamente com rede quando as células já aprovadas entrarem em operação na data prevista.

Concluindo esse breve texto, podemos afirmar que, ao tomarmos por referência o processo organizativo da socioeconomia solidária no Brasil em redes de colaboração nos últimos dois anos, percebemos que um primeiro e largo passo foi dado. Contudo os Fundos de Desenvolvimento Solidário, constituídos com recursos excedentes dos diversos empreendimentos, que permitiriam criar novas empresas autogeridas remontando solidariamente as cadeias produtivas ou ampliando a diversidade de produtos finais e serviços elaborados no interior da redes, ainda não foram, ao nosso ver, implementados de maneira consistente. Igualmente, a prática do consumo solidário ainda é bastante incipiente, seja por problemas na logística de distribuição - havendo possivelmente consumidores que desejam adquirir esses produtos, mas que não tenham fácil acesso a eles - seja, por outro lado, porque grandes segmentos que têm acesso relativamente fácil a esses produtos, ainda não descobriram o peso econômico e político de seu próprio ato de consumo, não dando maior importância à prática do consumo solidário.

Nos últimos dois anos, entretanto, seminários com abrangências diversas, do local ao internacional, abordando a economia solidária em diferentes aspectos, têm-se multiplicado, permitindo um aprofundamento dos debates e a reflexão coletiva sobre alternativas de curto, médio e longo prazos que permitem enfrentar, também, esses problemas. Possivelmente a partir do Fórum Social Mundial, com os avanços que se obtenham na articulação das redes de socioeconomia solidárias, os seus intercâmbios venham a se intensificar na perspectiva de expandir o consumo solidário e construir esses Fundos para reinvestimentos em rede, viabilizando uma expansão crescente da socioeconomia solidária em todo o planeta
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Redes de Colaboração Solidária & Tecnologia da Informação
Cepat Informa, Ano 6, Número 68, dez 2000, p. 51-57.
Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores. Curitiba, dezembro de 2000
www.milenio.com.br/mance/tecnologia.htm


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